Do rádio à internet. As “ondas” sempre propagaram ideias, movimentaram a economia, influenciaram comportamentos e transformaram a vida das pessoas, independentemente da época e da tecnologia. Os próprios meios de comunicação se viam diante dessa transformação e foram centro de discussões sobre se a TV iria acabar com o rádio ou a internet substituir a TV. Nem um, nem outro. O que se viu foi uma convergência dessas mídias em plataformas streamings de vídeos e de podcasts proporcionada por uma onda digital gigantesca trazendo uma riqueza de possibilidades e de oportunidades.
A revolução da internet demorou a chegar por aqui. O Brasil só foi atingido de vez pela onda digital depois dos anos 2010. Hoje, o fato de ainda ser um país desigual social parece não ser mais um impeditivo para que as pessoas fiquem cada vez mais conectadas à internet. O último censo do IBGE , de 2018, mostra que 80% dos lares brasileiros estão online. Em praticamente todas as casas com internet, o celular está sendo utilizado para este fim. Ou seja, há um oceano de possibilidades dentro do bolso: lojas virtuais de todos os segmentos, serviços de banco e de finanças, assistência médica, mobilidade urbana, comunicação, educação, delivery de alimentos, supermercado e farmácias.
A onda digital segue transformando o mundo, as pessoas e os negócios.
Os surfistas chamam de period (período) o tempo entre duas ondas consecutivas. Quanto mais longo for este período, maior serão a força e a energia das águas. No contexto digital aplicado ao dia a dia em terra firme, a lógica também se aplica. As pessoas e as empresas ainda se encontravam na chamada primeira onda digital, marcada pelo momento em que a internet entrou de vez na vida dos brasileiros, quando se viram imersas por uma segunda onda, consequência da pandemia de coronavírus.
Com o home office, as aulas online, o e-commerce e os streamings como opções de lazer na quarentena, o brasileiro passou a estar ainda mais conectado. De acordo com o levantamento da Nielsen Brasil/Toluna , em agosto de 2020, 97% dos entrevistados acessavam a internet todos os dias: 93,2% para entretenimento, 86,9% ouviam música, 77,4% realizavam pesquisas, 77,2% interagiam nas redes sociais, 68% liam notícias, 64% faziam compras, 52% administravam suas contas bancárias e a vida financeira e 50% pediam serviços de delivery.
Esses cenários mostram novos hábitos de consumo e comportamento. Empresas e marcas devem estar atentas a essas mudanças e enxergá-las como inputs estratégicos para os seus negócios.
Um levantamento da Social Miner/Opinion Box , de junho do ano passado, apontou algumas tendências importantes desses consumidores que exemplificam alguns desses inputs: 45% dos entrevistados pretendem manter os estudos e os cursos à distância mesmo com o fim do isolamento social. A pesquisa observou ainda a chegada de novos perfis de consumidores: entre as pessoas que compraram online pela primeira vez, a maioria faz parte das classes C, D e E.
Não há consenso entre pesquisadores e especialistas se chegou uma segunda onda digital ou se estamos vivendo uma primeira muito longa. Fato é que essa revolução é uma realidade e está causando um grande movimento de transformação. Mas afinal, as empresas estão prontas para uma atual ou nova onda digital?
Nem todas as empresas estão preparadas para enfrentar o tsunami da transformação tecnológica. Surfar na onda digital e se adaptar à nova realidade revolução, em um primeiro momento, sugere uma ruptura brusca e complexa entre passado, presente e futuro e, por isso, o processo de virada de mindset de um líder deve ser gradativo. O que não é um problema - longe disso.
Uma pesquisa realizada pela MIT Sloan School of Management entrevistou ao longo de cinco anos mais de 20 mil líderes de empresas de 28 setores diferentes espalhadas entre mais de 120 países. O objetivo era entender como essas lideranças poderiam adquirir talentos gerenciais necessários para realizar uma transformação digital em suas organizações.
Em resumo, a pesquisa chegou à conclusão de que não é necessária uma ruptura completa e definitiva com o passado. A liderança digital ideal é uma combinação saudável de um líder que estuda as antigas batalhas para tirar lições e outro que esteja disposto a encarar o papel de surfista aventureiro aberto para viver intensamente as novidades.
Ainda segundo o estudo do MIT Sloan School of Management , neste momento de transição, os líderes podem contratar “profissionais-âncoras” experientes para dar início ao processo de transformação digital na empresa. Outra iniciativa é promover a alfabetização digital (sobre temas segurança, privacidade de dados, experiência do cliente, recursos tecnológicos e tendências) de todo o time executivo por meio de educação continuada.
Na pesquisa realizada pelo MIT Sloan School of Management , as lideranças apontaram como principais desafios na hora de encarar a onda digital: o ritmo acelerado de fazer negócios, a modificação repentina da cultura organizacional e as tensões internas, a necessidade de um local de trabalho mais flexível e maiores expectativas de produtividade.
Presença online e conhecimentos técnicos da equipe não qualificam uma empresa para a revolução tecnológica. A habilidade determinante é a inteligência digital, ou seja, a capacidade de transformar dados, informações e experiências em estratégias para superar as dificuldades e se adequar às exigências do mercado.
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